segunda-feira, 21 de outubro de 2024

O Cenário Político de Moçambique: Enfrentar o Crime, a insegurança e a resposta Policial.sobre o assassinato de opositores políticos e as lutas de Venâncio Mondlane

 O crime em Moçambique poderá ter fim?

Quem controla os esquadrões da morte?

Podemos confiar na polícia? Será que ela esta ao serviço da população? 

Muito recentemente, o país assistiu ao assassinato macabro de dois activistas politicos, nomeadamente, Elvino Dias, advogado de Venâncio Mondlane, candidato. a presidência da República de Moçambique,  e Paulo Guambe, mandatário do PODEMOS, partido que segundos os últimos dados eleitorais,  tornou se na segunda maior força partidária de Moçambique, passando a fazer oposição a Frelimo partido que controla o governo do país. Lembrar que este é apenas mais um crime praticado em Moçambique, muitos moçambicanos foram mortos e estes crimes permanecem até hoje no segredo dos Deuses.  A questão que pode se levar,neste momento, é : 

*A quem beneficiam estes crimes sem esclarecimento?

*Vale a pena confiar nas forças de defesa e segurança? 

*O que é crime?

Crime é qualquer acção ou omissão que viola a lei e que, como consequência, pode resultar em punição. É importante ressaltar que o conceito de crime varia de acordo com a legislação de cada país.

Em geral, um crime possui os seguintes elementos:

* Tipicidade: A acção ou omissão se encaixa em uma descrição específica de crime prevista em lei.

* Ilicitude: A acção é proibida pela lei e fere um bem jurídico protegido.

* Culpabilidade: O agente tinha consciência da ilicitude do acto e podia controlá-lo.

Exemplos de crimes:

* Contra a pessoa: homicídio, lesão corporal, sequestro.

* Contra o patrimônio: roubo, furto, estelionato.

* Contra a administração pública: corrupção, peculato.


Em muitos países as pessoas convivem com o crime. E a questão não é se você será vitima, mas quando. 

O crime não resulta só em danos físicos e perdas materiais,  mas também em sequelas mentais e emocionais. Assim, é sensato fazer tudo ao nosso alcance para aumentar a segurança.  Existem vários tipos de crime,por exemplo homicidios, assaltos, violência sexual,etc. 


Poderá o governo acabar com o crime?

Quais são as causas do crime? 

No mundo, os varios países gasta uma boa parte do seu orçamento para combate o crime. Segundo um estudo das Nações Unidas,  os países mais desenvolvidos gastam em média 3 a 4% do seu orçamento anual no combate ao crime enquanto que os paises em desenvolvimento  gastam em média 10 a 20%, no caso de Moçambique,  grande parte desse orçamento é gasto no combate a insurgência na nortenha província de Cabo Delgado. Para . Aumentar o efectivo policial e equipá-lo melhor é prioridade em alguns países.  Contudo, algumas pessoas afirmam que sempre falta policias para os proteger mas não para pegar infratores de tránsito. No caso de Moçambique, recentemente formou mais de 14.000 agentes da polícia, e este efectivo não tem sido capaz de responder a evolução do crime nas principais cidades e no país em geral. 

Com o aumento dos sequestros, vários governos tornaram as leis mais duras contro este tipo de crime. Mas, esta medida não influenciou, em nada, para a reduçao deste tipo de crime. 


Quais são as causas do crime?.

A questão acima é dificil de responder de forma efectiva,pois cada tipo de crime tem suas motivações,por exemplo os crimes de caris politico,pode ter como principal motivo o poder, corrupção,manipulação, fraude ,etc.

Em alguns países, como Moçambique ,por exemplo, devido a acção das autoridades policiais, muitas  pessoas concordam ou créem que as próprias autoridades são parte do problema. Uma vez que grande parte dos suspeitos de crime são agentes ligados as forças da ordem e segurança. Sem contar com o facto de polícia ter se revelado suficientemente despreparada para combater e esclarecer fenómenos criminais. 


O que fazer quando aqueles que deviam garantir a ordem e segurança tornam-se agentes do crime? 

 O texto discute a prevalência alarmante do crime e da impunidade em Moçambique, destacando o envolvimento das autoridades governamentais e a neutralidade percebida da comunidade internacional. Pinta o quadro de uma democracia controlada por organizações criminosas, com alegada cumplicidade de agentes responsáveis ​​pela aplicação da lei.


É crucial reconhecer a gravidade desta situação, uma vez que o aumento desenfreado do crime e da corrupção não só prejudica o Estado de direito, como também representa uma grave ameaça para o tecido democrático de Moçambique. O aparente envolvimento dos funcionários governamentais e a falta de responsabilização agravam ainda mais a questão, exigindo uma acção imediata para fazer face a estes desafios sistémicos.


Em conclusão, a natureza generalizada do crime e da impunidade em Moçambique exige uma atenção urgente e esforços concertados por parte das partes interessadas nacionais e internacionais. É imperativo responsabilizar os responsáveis ​​pela perpetuação destes crimes e reforçar os mecanismos de justiça e governação para garantir a protecção dos direitos dos cidadãos e a integridade do Estado.

 Esta questão transcende fronteiras e fala da importância universal de defender os princípios da democracia, transparência e prestação de contas. Serve como um sério lembrete da fragilidade das instituições democráticas e da vigilância constante necessária para as salvaguardar.



Gemini/Google _acessado no dia 21/10/2024

Para mais informações, você pode consultar:

* Portal do Ministério Público - Portugal: https://www.ministeriopublico.pt/faq/o-que-e-um-crime


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Será que vale a pena Protestar com Venâncio Mondlane?

 PROTESTAR É IMPORTANTE?

SERÁ QUE VALE A PENA?

QUAIS AS VANTAGENS DO PROTESTO? 


Imagem disponível na Internet. Autor successpictures


Este texto, surgem motivado pelo contexto politico pelo qual o mundo esta a passar, 2024 é o ano eleitoral,  isto é,  grande parte dos países do mundo democrático estão ou ja passaram pelo processo eleitoral,  do qual surgem vários protestos motivados pela insatisfação, descrédito ou mesmo pela fraude, e a principal forma de manifestar o seu descontentamento tem sido o PROTESTO. 


O que é protestar?

Protestar entende-se como sendo uma declaração energética que se faz dos próprios sentimentos ou opiniões.  Também pode se entender como sendo a demonstração de repulsa ou revolta contra alguma coisa. 

A seguir aprsentamos um exemplo que mostra que os protestos podem ser um recurso poderoso, mas tem o seu preço. 


Em 17 de Dezembro de 2020, Mohamed Bouazizi chegou ao seu limite, Bouazizi era um feirante tunisino, de 26 anos, estava frustrado por  não conseguir emprego melhor, devido a corrupção e excesso de burocracias. Passando a vender frutas, naquele dia, fiscais do governo confiscaram as fruta e de Bouazizi, tentou impedi-los. Segundo testemunhas,  ele foi espancado pela policia.

Humilhado e furioso, Bouazizi tentou falar com o governador local para reclamar, mas não conseguiu audiência.  Em frente ao prédio, ele teria gritado : "Como vocês esperam que eu sustente a minha familia?" Depois de se encharcar de um líquido inflamável   ele acendeu um fósforo e, em menos de três semanas, acabou morrendo por causa das queimaduras.

Este acto desesperado teve grande impacto na Tunísia e em outros países.  Muitas pessoas acham que isso foi o gatilho para uma revolta que acabou derrubando o governo tunisino e de protestos que logo se espalharam por outros paises árabes.  O parlamento europeu concedeu a Bouazizi e a outras quatro pessoas o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento de 2011, elegeu-o como personalidade de 2011.


Mas, o que está por trás da recente onda de protesto?  Existe uma solução


Muitos protesto são provocados pelos seguintes factores:

- Insatisfação com as condições sociais.

-Um pretexto ou gatilho. 


Insatisfação das condições sociais. 

Quando as pessoas acham que o governo e a economia local está satisfazendo as suas necessidades, há pouca vontade de protestar; elas simplesmente recorrem às instituições já existentes para resolver seus problemas, como os tribunais e outras autoridades.  Por outro lado, quando elas suspeitam de corrupção e injustiça a favor de uma minoria privilegiada, as condições estão favoráveis para o surgimento de um protesto ou distúrbios sociais. 


Um pretexto 


Muitas vezes um acontecimento específico provoca uma reacção nas pessoas, transformando seu conformismo numa sensação de que deve fazer alguma coisa.  O caso de Bouazizi desencadeou enormes manifestações na Tunísia.  Outro exemplo foiba greve de fome contra a corrupção feita pelo activista indiano Anna Hazare, que despertou protestos da parte dos seus apoiantes em 450 cidades na Índia. 


Os protestos dão resultados? 

Os defensores do protesto alegam que essa estratégia tem tido resultados e trás os seguintes benefícios. 

Alivio para os pobres,  por exemplo,  durante a crise económica da década 30, deixou milhões de pessoas desempregadad. Por não conseguirem pagar o aluguer, muitas famílias foram despejadas, provacando manifestações violentas em Chicago Illinois.  Por causa desta reacção,  as autoridades cancelaramos depejos e conseguiram emprego para alguns dos manifestantes  e cerca de 77 mil familias puderam voltar para suas casas. 


E como avaliar a situação em Moçambique,  será que vale a pena manifestar ou melhor protestar.

Muitas pessoas defendem que protestar contra sistemas repressivos é um dever moral. Importa ressaltar que os protestantes em muitos casos somente pode oferecer a sua pele e a oferece como último recurso por não encontrar outra alternativa de afirmar a verdade que defende.  

Nos casos em que o protesto atingem os seus objectivos, outros problemas acabam surgindo, pode dar se o caso de depor um governo e permitir a ascensão de um outro que tome medidas piores que o anterior. Veja por exemplo o que aconteceu na Líbia, Iraque, Congo etc. Os povos protestavam e houve uma  intervenção externa, derrubou os respectivos governos.  O que é certo é que de certa forma os povos desses países até hoje lutam por uma sociedade justa,livre e sustentável. 

Será que vale a pena Protestar? 




Bibliografia 

Dicionário Enciclopédico Alfa, 1990. Lisboa

Texto adaptado 

Pode ler o texto original nas publicações  da JW

Revista despertai,publicada em Julho de 2013




sábado, 21 de setembro de 2024

6 técnicas de estudo para aprender tudo muito mais rápido.⤴️



6 técnicas de estudo para aprender tudo muito mais rápido

Estudar não é apenas ler algo sem parar até memorizar, existem muitas técnicas que podem ser aplicadas para ajudar no seu desenvolvimento


Quando você precisa estudar algum assunto, qual metodologia você usa? Ler incansavelmente até tentar entender algo e no final não lembrar de quase nada do que leu? Pois é, muitas pessoas acabam se frustrando na hora de estudar simplesmente porque não conseguem absorver nada que estão tentando aprender.

Contudo, o que nem todo mundo percebe é que, não está sendo possível absorver o conhecimento que está querendo aprender, justamente porque a metodologia de estudo que você utiliza não é funcional para você.

Por mais que você tenha conhecidos que tenham facilidade de aprender algo apenas lendo uma única vez, cada um é cada um, e o que funciona para um não quer dizer que funcionará para o outro. Justamente por isso é que existem técnicas de estudo diferentes, das quais você pode testar e validar para ver se combina com seu perfil.

Para te ajudar nesse processo e para que você pare de se sentir frustrado ao tentar aprender algo, vamos trazer 6 técnicas de estudo super eficientes e amplamente reconhecidas para que você descubra exatamente qual é a melhor para você!

1. Método SQ3R

Este método transforma a leitura em uma experiência interativa e envolvente, ajudando você a extrair o máximo de seus textos. SQ3R significa:

• Pesquisa (Survey): Antes de mergulhar na leitura, dê uma olhada geral no capítulo. Observe títulos, subtítulos e gráficos para ter uma ideia do conteúdo.

• Pergunta (Question): Crie questões com base nos títulos e subtítulos. Isso ajuda a direcionar sua atenção para as informações cruciais enquanto lê.

• Leia (Read): Leia atentamente o capítulo, buscando respostas para as perguntas que você formulou.

• Recite (Recite): Após ler um trecho, faça um resumo ou explique o conteúdo com suas próprias palavras. Isso reforça o aprendizado e a retenção de informações.

• Revisão (Review): Finalize revisando os pontos principais e assegure-se de que pode responder às perguntas que criou.

2. Prática de recuperação

Esta estratégia baseia-se no princípio de que recordar ativamente a informação fortalece seu aprendizado e memória a longo prazo. Algumas formas de aplicar essa técnica incluem:

• Testes práticos: Realize autoavaliações regulares para testar sua memória sem consultar o material de estudo.

• Crie perguntas: Desenvolva suas próprias questões sobre o material de estudo como se estivesse preparando um teste para si mesmo. Isso pode ser ainda mais eficaz se feito em grupo, permitindo a troca de perguntas entre colegas.

• Flashcards: Utilize cartões de memória para praticar, mas lembre-se de escrever a resposta antes de verificar, para engajar ativamente sua capacidade de recuperação.

3. Prática espaçada

Ao invés de concentrar todo o seu estudo em um curto período de tempo, distribua-o ao longo de dias ou semanas. Este método aproveita a tendência do cérebro de fortalecer a memória quando forçado a recuperar informações “quase esquecidas”. Implemente essa técnica com o seguinte cronograma:

• Imediatamente após aprender o material, revise-o para fixar as informações.

• Nos dias subsequentes, volte ao material para reforçar o aprendizado.

• Após uma semana, e novamente após duas semanas, faça revisões para garantir uma retenção de longo prazo.

Leia também | 7 técnicas comprovadas para controlar o nervosismo e se acalmar

4. Técnica Feynman

Inspirada no renomado físico Richard Feynman, essa técnica baseia-se na premissa de que a melhor maneira de entender um conceito é tentar explicá-lo de forma simples. Aqui está como você pode aplicá-la:

• Anote o tópico que está estudando no topo de uma página.

• Tente explicar esse tópico como se estivesse ensinando a alguém que não tem conhecimento prévio sobre o assunto, utilizando uma linguagem clara e acessível.

• Identifique quaisquer lacunas no seu entendimento ou partes confusas na sua explicação. Volte aos estudos para esclarecer essas dúvidas.

• Simplifique e clarifique sua explicação, evitando jargões técnicos ou explicações complicadas, tornando o conceito acessível para qualquer pessoa.

5. Mapa mental

Para os estudantes visuais, os mapas mentais oferecem uma forma dinâmica de visualizar informações e explorar como os conceitos estão interligados.

Comece com o tema central do seu estudo no meio de uma folha de papel ou tela digital. Desenhe linhas saindo do conceito central para os principais temas ou ideias relacionadas, criando uma estrutura de árvore.

A partir desses ramos principais, adicione mais detalhes, conectando informações secundárias ou específicas. Use cores e ícones para diferenciar e destacar ideias, facilitando a visualização das conexões entre elas.

6. Sistema Leitner

Utilizando o método de repetição espaçada através de flashcards, o Sistema Leitner ajuda a reforçar a memória e a retenção de informações.

Organize seus flashcards em várias caixas ou categorias, dependendo do seu nível de confiança em cada um deles. Quando você revisa os cartões, aqueles que você acerta avançam para o próximo nível (ou caixa), enquanto os que você erra permanecem no mesmo nível ou voltam para o nível anterior.

Estabeleça um cronograma para revisar cada conjunto de caixas com frequências diferentes, como diariamente para a Caixa 1, a cada dois dias para a Caixa 2, e assim por diante. Isso garante que você revisite o material em intervalos que facilitam a consolidação da memória.

Antes de tudo, prepare o terreno

Antes de estudar e aplicar qualquer técnica, é muito importante que você prepare tanto sua mente quanto seu ambiente para garantir um aprendizado muito mais eficiente que consequentemente te ajudará a reter informações. Adotar certos hábitos pode fazer uma grande diferença em sua capacidade de absorver o conteúdo.

Dormir bem é fundamental. Pesquisas apontam uma conexão direta entre o desempenho acadêmico e a qualidade do sono. Não se trata apenas de garantir uma noite completa de descanso antes de um exame importante; o segredo é manter um padrão de sono adequado nos dias que antecedem seus estudos intensivos. Isso ajuda seu cérebro a se preparar e a processar informações de maneira mais eficiente.

Outro hábito muito útil é mudar seu ambiente. Embora possa parecer surpreendente, alternar o ambiente em que você estuda pode potencializar sua capacidade de memorização e concentração. Se você está acostumado a estudar em um único local, experimente mudar de ares; visite uma nova cafeteria, estude em um parque ou na biblioteca.

Uma nova paisagem pode estimular sua mente e melhorar sua capacidade de recordar o que estudou. No entanto, se você já encontrou um lugar que realmente favorece sua concentração, manter-se fiel a ele em momentos de maior pressão pode ser o melhor caminho.

Além disso, criar um ambiente propício para o estudo pode fazer toda diferença. Escutar música tranquila, como peças clássicas ou faixas instrumentais, pode ajudar a focar e manter a concentração. É preferível optar por músicas sem letras para evitar distrações. Além disso, é essencial minimizar as interrupções; coloque o celular no silencioso e afaste-se de qualquer fonte de barulho que possa tirar sua atenção. E não esqueça de se alimentar bem!

✍🏼Autor: Ricardo .: Última atualização 25 mar, 2024
👉Texto original publicado pelo site. MEU VALOR DIGITAL MV.

 Foto disponível na Internet. 👌👽👌


quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Chamada de atenção sobre as fake news

 


A sociedade actual vive um período chamado de pós-

verdade que, segundo o
Oxford Dictionaries, significa as circunstâncias em que os factos objectivos são menos influentes em forma de opinião pública do que os apelos a emoção e a crença pessoal. Dessa forma, pode se dizer que entramos em uma nova fase de combate político e intelectual, na qual a ciência é muitas vezes tratada com suspeição e franco desprezo, e a racionalidade é substituída pela emoção...
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Outra versão sobre a fundação da Frelimo

COMBATENTES DA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL A RESIDIREM NO ESTRANGEIRO CONTAM A VERDADEIRA HISTÓRIA DA FRELIMO.


NÃO É O QUE OS MANUAIS DIDÁCTICOS DIZEM

Revelações de Jaime Khamba ensombram história da FRELIMO e Mondlane
Nos finais do ano de 2000, Fanuel Gideon Mahluza trouxe ao lume informações até então desconhecidas contradizendo a versão oficial sobre a história da libertação nacional levada a cabo pelo partido no poder. Eis que cerca de três anos depois surge dos Estados Unidos da América um Moçambicano, ex-combatente da luta armada, corroborando com Mahluza, e de certo modo avançando detalhes.

  • Rodrigues Luís(Texto), Dinis Jossias(Fotos)

"A história da libertação Nacional tanto como a dos fundadores da FRELIMO não está a ser bem contada, pois o que se diz e esta escrito nos livros didácticos não corresponde a verdade”, eis as palavras com que Jaime Maurício Khamba, ex-combatente da libertação Nacional, actualmente a residir há 40 anos nos Estados Unidos da América (EUA), abriu a conversa com o Savana. Segundo Khamba, a razão que o levou a contactar o nosso Jornal prendo-se com o fornecimento de subsídios que possam esclarecer a história contemporânea, de modo a que os compatriotas entendam-na. Adianta ainda que, no País existe multa gente que, embora conhe­cendo os factos, refugia-se num silêncio cumpliscente.

Jaime Maurício Khamba, ou Ntema Ganda, como era conhecido no tempo de libertação nacional, jura de pés juntos que na formação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) os nomes hoje mencionados como sendo obreiros da unidade nacional não passa de uma invenção.

Para a nossa fonte, Eduardo Mondlane, 1º Presidente da FRELIMO, Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente e Joaquim Chissano, actual chefe de Estado, são figuras apon­tadas pelo nosso interlocutor como sendo os grandes ausentes na formação da Frelimo.

Segundo Jaime Khamba, na actual historiografia moçambicana, nomes como de Eduardo Mondlane, Samora Machel e muitas outras figuras na liderança da Frelimo são erradamente mencionadas como tendo participado na criação da FRELIMO. Todavia, "a verdade no meio desta mentira é que estas individualidades participaram activamente e contribuíram no sucesso da revolução que levou a queda do fascismo no nosso país".


Jaime khamba defende que a nova geração não deve ser refém das inverdades narradas em torno da história da Frelimo como uma frente, pois personalidades há que, embora em pleno gozo da vida, tem preferido a mudez como forma de omitir os factos em torno da formação da FRELIMO.

Marcelino dos Santos, Lopes Tembe Ndiomba, Abílio Araújo Matsinhe e muitos outros são mencionados pelo nosso interlocutor como sendo lendas vivas que deviam reescrever a história pois conhecem-na muito bem, mas pela posição tomada no Governo eles não são capazes de contar urna vez terem participado na elaboração de mentiras.


Para aquele ex-comba­tente, é duro reparar como o Presidente Joaquim Alberto Chissano, Marcelino dos Santos, Pascoal Mocumbi, Lopes Tembe Ndelane, Constâncio Ndiomba e Dr. Joaquim Boaventura Verimbo têm ignorado o reconhecimento daqueles que formaram a Frelimo, uma vez estão a par da veracidade sobre a fundação da FRELIMO.

Disse que a ideia de nascimento da FRELIMO surgiu numa fase em que os
três movimentos, nomeadamente a União Africana Nacional de Moçambique (MANU), Associação Africana de Moçambique (MAA) - uma união dos Macondes criada em 1960, e a UDENAMO, viviam um momento de grande tensão1.


"Vivia-se uma tensão étnica no nosso seio por haver também um grande número de iletrados. Eu e Adelino Gwambe, também, conhecido por Hlomulo, estudamos a forma de resolver a questão, Eu lhe sugeri que juntássemos estas organizações para formar uma só frente composta por 18 membros da comissão executiva a nível nacional", frisou Khamba.

O entrevistado disse ter igualmente proposto que, após a reunificação dos três movimentos, cada província deveria ter seus representantes e que a liderança desta frente teria que ser distribuída por todas as regiões do país.

Disse ainda que "propus que os oficiais que não escreviam e nem falavam a língua Portuguesa deveriam ser eleitos vice-presidentes ou deputados. Gwambe concordou com todas as minhas propostas, excluindo a de que o executivo deveria ser composto por 18 membros, alegadamente porque o número era elevado, o que facilitaria a infiltração da polícia política portuguesa (PIDE).

A formação da FRELIMO

"Não é por acaso que Marcelino dos Santos recorre à primeira pessoa do singular gabando-se de ser Frelimo", pois aquele participara activamente na formação da Frelimo.

Segundo Jaime Khamba afirmou ter sido ele a sugerir a fusão dos três movimentos sem no entanto prever o nome que a mesma a organização passaria a denominar-se. O nome FRELIMO nasceu em Janeiro ou Março de 1962, em Accra, Ghana, durante uma conferência organizada pelo Dr. Nkwame Nkrumah, denominada "Conference of freedom fighters" ou seja conferência dos combatentes da liberdade 2.


De acordo com o nosso interlocutor, o nome FRELIMO foi sugerido pelo Fanuel Gideon Mahluza, vice-Presidente da UDENAMO, onde foi acolhido por maioria absoluta numa assembleia na qual fizeram parte Adelino Xitofo Gwambe, Marcelino dos Santos, David José Mabunda (presentemente em Michigan, EUA).

Após a escolha do nome submeteu-se à apreciação do Dr. Nkrumah, tendo ultimamente sido remetido ao Peter Mbju Koinange que era Secretário-Geral do movi­mento Pan Africano do Este e da África Central. Isto viria a culminar com a aprovação da denominação FRELIMO, após que a mesma viria a ser anunciada em Accra e Dar Es Salam. "Durante este período não estava presente nenhum dos nomes que hoje se ouve falar serem fundadores da FRELIMO, incluindo Mondlane, Machel ou simplesmente membros que estão no actual Governo.


Eu desafio as pessoas a terem que consultar as historiografias existentes em Tanzânia a Kenya, pois facto foi amplamente divulgado nos órgãos de informação. Só em Tanzânia podem procurar nos jornais "Nguromo" e "The Tanganyka Standard", enquanto isto em Kenya "The East African Standard" e The Daily Nation of Kenya", do período que vai desde Janeiro de 1961 até Junho de 1962" 3.

Khamba elucidou atra­vés dos documentos que possuía que apesar da organização ter sido for­mada em Fevereiro e Março foi formalizada no dia 25 de Junho 2.

Mondlane chega a FRELIMO na boleia das Nações Unidas

Um programa levado a cabo pelas Nações Unidas nos países de África, Ásia, América do Sul e Caraíbas cujo pano de fundo era a situação política nos territórios colonizados levou a que em 1962 deslocassem ao continente negro várias individualidades, uma das quais é o Dr. Eduardo Mondlane. Este, segundo a nossa fonte, antecipou-se à presença ou chegada, à Dar-Es-Salaam, da Comissão dos Assuntos políticos dos Países Africanos de Expressão Portuguesa, liderada por Archerk Maroul da Guiné Conacri.

Adelino Gwambe, Jaime Khamba, Lopes Tembe Ndelane (antigo embaixador Moçambicano na China e Zimbabwe), Filipe Samuel Magaia, António Tchapo, Miguel Marupa e outros, são que participaram no primeiro encontro com a comissão das Nações Unidas.

Poucos dias antes da chegada em Dar Es Salam da equipa das Nações Unidas, com a intenção de investigar sobre os assuntos dos países africanos de expressão portuguesa, percebe-se a presença do Dr. Eduardo Mondlane, numa altura em que Mabunda e Adelino Gwambe, na qualidade do Presidente da UDENAMO, tinham-se deslocado à Ghana.

Urias Simango

A sua saída provisória para Ghana, Gwambe e Mabunda atribuíram ao reverendo Urias Simango, que se juntara à UDENAMO através da uma organização denominada "Portuguese Easty African Society", fundada no Zimbabwe, a responsabilidade sobre a direcção, tendo como seu coadjuvante Paulo Gurnane.

Urias Simango é citado pelo nosso interlocutor como tendo criado base do movimento em várias posições.

. Ele fazia um trabalho intenso no Zimbabwe, através da "Portuguese Easty African Society", que se camuflava com a utilização de vestes de padres, de tal modo que recrutavam facilmente jovens à Rodésia, tanto como para Tanzânia. Naqueles anos Simango foi quem recrutou muitos Moçambicanos para a libertação do Pais.

"No dia em previsto para a realização da reunião com o responsável da Comissão dos Assuntos Políticos do Países Africanos de Expressão Portuguesa, Archerk Marouf, Eduardo Mondlane chegara ao palco da conferência, um edifício designado Nazmoja, acompanhado por tanzanianos, ao que os líderes das organizações, nomeada­mente UDENAMO e MANU, estranharam. Mal vi o Dr. Mondlane de imediato comuniquei ao reverendo Urias Simango e Paulo Gumane, os quais não acreditaram porque não tinham sido avisados sobre a sua vinda à África. Mas com a descrição que lhes forneci, Simango acreditou que tratava-se na verdade de Mondlane, tendo no entanto lá se dirigido a fim de desejar-lhe os cumpri­mentos de boas vindas", conforme afirmou Khamba. Simango chegara a Nazmoja após o Dr. Eduardo Mondlane ter apresentado a sua comunicação à referida comissão das Nações Unidas, denunciando, entre outras coisas, a violação dos direitos humanos. A sua inter­venção foi bastante louvada nos circuitos políticos tanto como na imprensa nomea­damente "Tanganyka Standard” que o citou como sendo um académico Moçambicano que lecciona no ensino superior."Syracuse University", em Nova Iorque.

Naquele dia, após Dr. Mondlane ter apresentado o seu, relatório, segundo recorda o nosso interlocutor, Urias Simango, representando as organizações UDENAMO e MANU também fê-lo sem no entanto entrar em fricções com o primeiro.

Recorde-se que nesta altura Hlomulo e Mabunda encontravam-se em Ghana. A estadia prolongara-se por longo tempo, ao ponto de se ter especulado que aqueles dois andavam a esquivar-se de Eduardo Mondlane.

Para Jaime Khamba, a verdade é que Gwambe, na qualidade de Presidente da UDENAMO, era na altura muito solicitado noutros países para debater questões da revolução contra os imperialistas. "Nessa altura havia rumores de que ele receava encontra-se com o Dr. Mondlane,' mas a verdade é que se encontrava em Nova Deli, na Índia, para assistir a Conferência de Juventude".

Noutros círculos, de acordo com o nosso interlocutor, o atraso de Gwambe era visto como uma forma de protesto contra Dr. Mondlane alegadamente por este, estando a residir na América, nunca ter-se empenhado nas actividades politicas à semelhança de alguns líderes intelectuais corno Dr. Hastings Kamuzu Banda, Jomo Kenyata, quando estes estavam ainda na Inglaterra. E não, por aquele ter visitado a sua família em Moçambique, em 1961, sem nenhum tipo de problema com os colonos, quando por aquela altura havia uma escalada de detenções em Moçambique e Angola.

Eleições na FRELIMO

Finalmente Adelino Gwambe chega à Tanzânia ido da Índia. Posto isto ele (Gwambe) e Eduardo Mondlane tiveram um encontro prolongado a portas fechadas. Segundo a nossa fonte, o tal encontro eram para ambos dissiparem equívocos sobre aquilo que tinha acompanhado em relação a ausência do Gwambe.

O Dr. Eduardo Mondlane e Reverendo Urias Simango eram apenas dois candidatos numa eleição renhida no dia 25 de Junho de 1962. Gwambe fez campanha para Simango mas mesmo assim o seu candidato preferido não passou. Eduardo Mondlane teve 51% de votos e o seu opositor Urias Simango foi confiado 49%, tendo em resultado do escrutínio o derrotado assumido o cargo de vice-Presidente do movimento, FRELIMO.

O primeiro presidente da Frelimo convidou, sem sucesso, Adelino Gwambe para ocupar o cargo de Secretário-Geral, ao que este recusara tendo sugerido que a função fosse assumida por David José Mabunda.

Staff da Frelimo (1962)

1. Dr. Eduardo Chivambo Mondlane - Presi­dente

2. Reverendo Urias Timóteo Simango - Vice Presidente

3. David José M. Ma­bunda - Secretário-Geral

4. Paulo J. Gumane - Vice-Secretário Geral

5. Jaime Mussadala  - Tesoureiro Geral

6.João Mauenda - Vice-Tesoureiro

7. Rafael S. Nungu - Secretário Administrativo

8. Mateus M. Mmole – Vice-Secretário Administrativo 4

9. Lourenço Mutaca - Secretário Financeiro

10.Leo Milas - Secretá­rio de mobilização

11.Lourenço Millinga - Vice secretário de mobili­zação

12.Marcelino dos Santos - Secretário de assuntos exterior

13.F. Dewase - Secretá­rio da Juventude

Leo Milas cria bagunça

Logo que se concretizou a eleição de Dr. Mondlane para o cargo de presidente da Frelimo, o que foi interpretado que fora maquinada para que o mesmo tomasse o poder, de imediato o presidente da FRELIMO partiu para os Estados Unidos da América (EUA), deixando como substituto Leo Milas, um cidadão cuja nacionalidade desconhecíamos. O vice-presidente Reverendo Urias Simango, no lugar de dirigir, foi preterido.

A indicação de Leo Milas para velar pela FRELIMO no período de ausência de Mondlane mereceu aval do ex-presidente Julius Nyerere, que foi recomendado pelo presidente eleito no sentido lhe prestar todo o apoio necessário. Todavia, Milas começou a criar confusão no seio dos militantes, rasgando ordens de expulsão sem justa causa. Isto ocorre numa altura em que Marcelino dos Santos se encontrava em Marrocos, pois a sua nomeação para o cargo de secretário de assuntos exteriores nesta fase.

Usando os poderes que lhe tinham sido conferidos, Milas expulsou Ilegalmente Paulo Gumane, David Mabunda e outros. Leo Milas, que não tinha espírito de liderança, de acordo com Jaime Khamba, solicitou Marcelino dos Santos a escrever ao ex-Presidente do Uganda, Milton Obote, para perseguir os que fugiam de maus tratos no seio do movimento. O substituto de Mondlane também não poupou o reverendo Urias Simango demonstrando desrespeito a esta figura respeitada que servia da biblioteca de todas as organizações Africanas que se encontrava a preparar a revolução naquele país.

Marcelino dos Santos acusado de trair Sigauke


Conforme referimos acima, a nomeação de Marcelino dos Santos para o cargo de secretário dos assuntos exteriores da Frelimo foi feita numa altura em que se encontrava em Marrocos. Marcelino tinha sido suspenso da UDENAMO, por suspeitas de traição a Jaime Rivaz Sigauke, oficial daquele movimento que foi captu­rado na Rodésia em 1961 e deportado para Moçambique donde foi cair nas mãos dos portugueses.

A suspeita caiu para Marcelino dos Santos, segundo o nosso interlocutor, porque momentos antes da sua detenção na Rodésia, Sigauke teve confidências com este.

Ao longo do tempo, conforme conta Jaime Khamba, Marcelino dos Santos sentia-se inseguro no movimento por causa da sua cor. Santos (mestiço) julgava-se descriminado racialmente a ponto de em 1968 escrever no seu diário em língua Chinesa que os Moçambicanos viam nele como um não verdadeiro Africano.

Jaime Khamba disse que ele juntamente com o seu companheiro John Bande tiveram a oportunidade de reconhecer o diário de Marcelino dos Santos no
avião, quando uma delegação Chinesa, que partia à Moshi, uma zona de
Tanzânia para uma conferência de solidarie­dade Afro-Asiática, lhes
traduziu à letra o conteúdo dos escritos do secretário das relações exteriores. Os tais chineses ficaram impressionados com o nível de escrita de dos Santos.

Marcelino dos Santos é citado como tendo-se queixado ao Dr. Mondlane que a sua suspensão na UDENAMO "deveu-se aos problemas raciais, o que não é verdade porque antes da sua nomeação em 1961 em Marrocos como oficial da UDENAMO e da Confe­rência das Organizações da África Negra Sob Domínio Colonial Português (CONSP) nós já sabíamos que era um mestiço cujos parentes são Cabo-verdeanos. Nessa altura, Samora Machel e compa­nhia ainda não estavam dado muitos deles juntaram-se a nós em 1963, tendo contudo contribuído fortemente no desenvolvimento da revolu­ção.

SAVANA – 05.09.2003

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NOTAS (Baseadas na obra “MOZAMBIQUE - The Tortuous Road to Democracy” de João M. Cabrita (Macmillan, Londres e Nova Iorque, 2000)):

1.    Khamba fala da fusão de três movimentos, nomeadamente a Udenamo, a MANU e a Makonde African Association (MAA). Na realidade, a fusão foi entre a Udenamo e a MANU. A MANU englobava as três alas da Makonde African Association (MAA) que se haviam coligado em Janeiro de 1961. As alas da MAA e os respectivos dirigentes eram os seguintes:



MAA (Dar-es-Salam) – Mateus Mmole



MAA (Zanzibar) – Ali Madebe



MAA (Mombaça) – Samuly Diankali



2.    A fusão entre a Udenamo e a MANU ocorre em Dar-es-Salam a 24 de Maio de 1962, portanto antes da conferência de Acra. A conferência a que Khamba se refere como “Conference of freedom fighters” foi a «African Freedom Fighters Conference» que teve lugar em Acra nos finais de Maio e princípios de Junho de 1962, e não em “Janeiro ou Março de 1962”.



3.    O comprovativo de que a «African Freedom Fighters Conference» realizou-se de Maio a Junho de 1962 é a notícia dada pelo jornal ganiano, Evening News, edição de 6 de Junho de 1962 (pp 1 e 2), com o título, “Mozambique Parties Answer Osagyefo’s ‘Close Ranks Call’”. “Osagyefo” (ou Redentor) era o título honorífico de Kwame Nkrumah.



       4.  A Mmole foi na realidade atribuído o cargo de tesoureiro. João Munguambe foi designado secretário da defesa e segurança, tendo como adjunto Filipe Magaia.

 Entrevista Savana  05/Set/2003